“QUE AS PESSOAS GRANDES POSSAM RIR COMO AS CRIANÇAS”.1

Resumo

No centenário de Paulo Freire, no bojo das homenagens realizadas, uma professora apresenta algumas reflexões sobre seu encontro com o autor, com contextos freirianos nas próprias memórias e a percepção de haver uma contribuição da sua obra para a educação das/para/com as crianças. Ancorada em Benjamin alça seus resquícios de memória a condição de pequenas narrativas; em diálogo com Bakhtin discorre sobre a dimensão exotópica da rememoração da infância e sua relevância para um olhar mais aproximado das infâncias; com o próprio Paulo Freire encontra fragmentos que rememoram sua infância e dialogam com uma criança. Na boniteza do texto “A importância do ato de ler” encontra o diálogo com as DCNEI e a centralidade na criança e seus mundos próprios. Em “A casa e o mundo lá fora” identifica o delicado e profundo diálogo com a prima que tanto revela o ainda olhar de menino, quanto aponta princípios de uma filosofia que lê a realidade e aponta para a sua transformação pela humanização das pessoas. Em síntese, a autora estende o desejo e a proposição encontrada em Freire de fazer uma educação que olhe os detalhes e as belezas do mundo, que tenha o respeito e a alegria como fundamentos e práticas.